domingo, 29 de agosto de 2010

Maturidade


O que me incomoda em ficar mais velho não são as responsabilidades da vida adulta ou a constatação de que não sou o bonitão que eu imaginava que seria aos vinte três quando tinha treze; o que me incomoda também não é saber que vou ter que trabalhar muito mais do que imaginava pra realizar meus sonhos ou que por mais que eu fique velho, a minha irmã mais nova sempre parece saber mais sobre tudo do que eu. O que me incomoda mesmo em ficar mais velho é essa historia de maturidade, e o quanto as pessoas (e quando falo pessoas me refiro às mulheres) parecem não fazer idéia do que isso significa.
Ainda hoje, principalmente quando estou em casa, estranho quando as pessoas se calam para ouvir o que tenho a dizer, o que é normal para quem teve uma educação cristã da qual um dos parâmetros é nunca responder ou mesmo interromper os mais velhos; com o tempo a gente acaba se acostumando e acaba ficando calado o tempo todo, exceto quando na companhia dos amigos. Com isso já é possível deduzir parte do meu comportamento: tento ser legal, brincalhão (às vezes até excessivamente, admito), nunca falo alto ou sou tagarela e na grande maioria das vezes tenho sempre uma expressão neutra no rosto e só me aproximo das pessoas até onde elas permitem.
No entanto é incrível o quanto certas pessoas tendem a confundir essa “meia – simpatia”, com infantilidade; chego até a pensar que se eu tratasse mal as pessoas elas fariam mais juízo de mim. Não que eu me importe com o que as pessoas pensam de mim, desde que elas fiquem só pensando esta tudo ótimo, mas, se entrarmos no campo dos relacionamentos, o juízo que fazemos de alguém é essencial.
Eu tenho uma regra básica, que provavelmente vou levar pro resto da minha vida, que é conversar indiscriminadamente com QUALQUER garota, mesmo aquelas pelas quais sinto atração física. Levo isso comigo porque acho simplesmente ridículo e digno de pivetes de 15 anos de idade, encarar toda garota como uma presa; acreditem quando digo que caras que chegam dizendo coisas do tipo “E aí, gatinha?”, estão mais interessados nos seus decotes do que em prestar atenção em qualquer coisa que vocês venham a dizer; mas acho que vocês já devem saber disso, não é?
Penso que a palavra “maturidade” é uma daquelas muitas cujo sentido anda se perdendo com o tempo, ou seja, assim como o Dunga deixou de convocar o grupo dos melhores jogadores brasileiros em atividade para convocar o grupo dos jogadores que acreditavam em uma causa, transformando o time em uma seita; assim como tem gente por aí que acha que banda de rock deve chamar muito mais atenção com a cor das roupas do que com sua musica, tem gente por aí achando que maturidade deve ter alguma coisa a ver com carros, roupas caras e dinheiro pra gastar no final de semana.
Bom, eu admito que não sou o cara mais maduro do mundo, mas o fato de usar camisas estampadas, bermuda e chinelo, não quer dizer que vou te chamar pra brincar com os meus playmobiles (antes que alguém pergunte: Não, eu não tenho playmobiles, era só uma metáfora).
Se maturidade significa ter tudo aquilo que citei, então sou o cara mais infantil do mundo pois não me importo nem um pouco com essas coisas. Importo-me sim em ser melhor em todos os aspectos realmente significativos da minha vida, ou seja, ser melhor como irmão, filho, amigo, estudante universitário e aspirante a escritor. Se conseguir isso tudo, não me levem a mal, mas o resto que se exploda!
Então se você prefere dar uma voltinha de carro a ter uma conversa proveitosa ou ganhar um roupa cara de presente de aniversário a uma carta(modéstia à parte, bem escrita e sincera) e um vestido mais barato, ou até mesmo ir a uma a festa do que sair comigo e meus brilhantes amigos, DEIXE-ME EM PAZ!